A MISSA NOVA, UM CASO DE CONSCIÊNCIA
Capítulo V
As traduções
Esses erros e emissões apontados no Capítulo Terceiro
agravam-se com as traduções em vernáculo do novo “Ordo”
nas diversas línguas. O que há de mais grave é que suas
infidelidades convergem para uma mesma direção: a de
extenuarem a pureza e integridade da fé.
Alguns exemplos da tradução portuguesa:
1. “Semper Virginem Mariam” traduzido por “A Virgem
Maria” (Notar que os protestantes toleram chamar Nossa
Senhora de Virgem Maria, mas nunca de “sempre Virgem
Maria”).
2. “Et cum spiritu tuo” traduzido por “Ele está no meio
de nós” (Além de ser infiel, essa tradução insinua uma
autonomia dos fiéis com relação ao sacerdócio hierárquico do
celebrante, justamente no momento em que se deve marcar que
as graças nos são dadas em razão do sacrifício realizado pelo
padre no altar).
3. “Offerimus” traduzido por “Apresentamos” (Reforça a
nova concepção do ofertório, em que os donos não são propriamente oferecidos a Deus em espírito sacrifical, mas
apenas apresentados no altar).
4. “Meum ac vestrum sacrificium” traduzido por “O
nosso sacrifício” (Insinua identificação do sacerdócio do padre
com o dos fiéis).
5. “Cum Angelis et Archangelis, cum Thronis et
Dominationibus, cumque omni milita caelistis exercitus”
traduzido por “Com todos os anjos e santos”.
6. “Vita aeterna” traduzido por “Vida”.
7. “Morte perpetua” traduzido por “Morte”.
8. “Pro Ecclesia tua Sancta Catholica” traduzido por
“Pela vossa Igreja dispersa pelo mundo inteiro”.
9. “Ab aeterna damnatione” traduzido por “Da
condenação”.
10. “Pro multis” traduzido por “Por todos”.
A respeito desta “tradução” que ocorre na Consagração do
vinho, é oportuno criar o comentário autorizado do Catecismo
Romano:
“As palavras que se ajuntam por vós e por muitos”, foram
tomadas uma de São Mateus, outra de São Lucas. A Santa
Igreja, guiada pelo Espírito de Deus, coordenou-as numa só
frase, para que exprimissem o fruto e a vantagem da paixão.
“De fato, se considerarmos sua virtude, devemos reconhecer
que o Salvador derramou Sangue pela salvação de todos os
homens. Se atendermos, porém, ao fruto que os homens dele auferem, não custa compreender que sua eficácia se não
estende a todos, mas só a “muitos” homens.
“Dizendo, pois “por vós”, Nosso Senhor tinha em vista, quer
as pessoas presentes, quer os eleitos dentre os judeus, como o
eram os Discípulos a quem falava, com exceção de Judas.
“No entanto, ao acrescentar “por muitos”, queria aludir aos
outros eleitos, fossem judeus ou gentios, Houve, pois, acerto
em não dizer “por todos”, visto que o texto só alude aos frutos
da Paixão, e esta surtiu efeito salutar unicamente para os
escolhidos” (Parte II, IV, n.° 24).
11. “Et cum spiritu tuo” (no rito da comunhão) traduzido
por “o amor de Cristo nos uniu” (Dando ênfase ao caráter
comunitário da assembléia ali reunida, no qual os progressistas
tendem a ver um elemento essencial da Missa).
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