sexta-feira, 30 de junho de 2017
Programação - Santa Missa
Sábado - 01/07 - (Primeiro do mês - Festa do Preciosíssimo Sangue de N.S.J.C):
17:30 - Rosário, Confissões e Meditação dos mistérios do rosário
19:00 - Santa Missa
Após a Missa haverá adoração ao Santíssimo Sacramento durante toda a madrugada.
Domingo - 02/07
09:00 - Rosário, Confissões
10:00 - Santa Missa
Aos que puderem, pedimos ajuda para os gastos com as passagens do padre.
Meditações - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 30º dia
Meditações - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 30º dia
Aproximemo-nos da santa Mesa: ali acharemos
o Coração de Jesus desejoso de nos comunicar
suas graças.
Na derradeira noite de sua vida, nosso amantíssimo
Redentor, vendo que era chegado o
tempo dele morrer pelos homens, tempo pelo
qual tão ardentemente suspirava, não pode
consentir em nos abandonar sós neste vale de
lágrimas; para que nem a morte o separasse de
nós, quis deixar-nos em alimento no Sacramento
do altar seu corpo, sangue, alma e divindade.
Mas qual é seu intento dando-se a nós deste
modo? Ah! sabemos que é próprio daquele que ama querer bem a pessoa amada. O Coração de Jesus quer então vir a nós para nos fazer bem; ele tem, para isto, todas as riquezas
do Pai eterno. Assim, quando ele visita nossas
almas sacramentalmente, vem com tesouros
imensos de graças. Depois da comunhão
bem podemos dizer: Todos os bens me vieram
com ela. O efeito principal operado pelo Sagrado
Coração neste divino banquete, é entreter
em nós a vida da graça. Dai o nome de
Pão de vida dado á Eucaristia, porque, assim
como o pão material sustenta a vida do corpo,
assim o pão espiritual sustenta a vida da alma,
mantendo-a na graça de Deus.
Mas, para um organismo doentio não basta o
pão; necessários lhe são ainda remédios próprios
para combater eficazmente as causas que
destroem a saúde. A comunhão satisfaz também
a esta necessidade de nossas almas, cuja
vida é posta em perigo pelos pecados veniais
e pelas paixões. Este alimento divino e, com
efeito, conforme o Concilio de Trento, o antidoto
que nos livra das faltas veniais e nos preserva
dos pecados mortais. A Comunhão nos
livra das faltas veniais, porque este divino Sacramento
leva o homem a fazer atos de amor
que apagam os pecados veniais; preserva-nos
também das faltas graves, pelo aumento da
graça que ela produz em nós. Uma fonte d'agua
sai do Coração de Jesus e pára o fogo das
paixões que nos consomem: aquele que sente
arder em si este fogo, chegue-se á comunhão,
e verá logo sua paixão, se não morta, ao menos
muito amortecida. Se algum entre nós, dizia
S. Bernardo, sente-se menos vezes e menos violentamente
levado á ira, á inveja, a impureza e a outros vícios, dê graças ao Sacramento de amor: ele é
que opera estes felizes efeitos.
Não contente de extinguir em nós os impuros
ardores da concupiscencia Jesus, na Eucaristia,
acende ainda em nossas a mas a celeste chama
do divino amor, o qual é o mais seguro preservativo
contra o pecado. Deus é amor;" é um
jogo que consome em nossos corações todas as
afeições terrestres ; ora, o Filho de Deus declara
que que veio trazer fogo sobre a terra, e que
todo seu desejo é ver todas as almas abrasadas.
Com efeito, quão salutares ardores o Coração
ardente de Jesus faz experimentar aqueles que
comungam com fervor! Quando deixamos esta
sagrada mesa, diz S. João Crisostomo, as chamas
d' amor que se erguem de nossos corações, nos
tornam temíveis ao inferno mesmo. Então, não
somente os demônios fogem logo que nos veem, mas
os santos anjos vem colocar-se em torno de nós.
Enfim, pela santa comunhão, o Coração de
Jesus nos eleva a dignidade tal, que apenas
podemos conceber, porque o pão celeste tornase
a mesma coisa conosco se é que assim me
posso exprimir, como o alimentocorporal se
muda em nosso sangue; mas com esta diferença
que os alimentos terrestres tomam nossa natureza,
ao passo que, recebendo este alimento divino,
nós tomamos a natureza de Jesus Cristo.
Nosso Senhor, convidando-nos ao celeste banquete,
parece dizer-nos : Comei, e sereis por minha
graça o que eu sou por natureza. Tais são as palavras que ele se dignou dizer certo dia a
Santo Agostinho : Eu não serei mudado em ti,
mas tu serás mudado em mim. Assim é que o Sagrado Coração virá reformar todo nosso ser,
dando-nos, segundo sua promessa, um coração
novo.
Se a comunhão é tão vantajosa, d'onde vem,
pergunta o Cardeal Bona, que tantas almas tiram dela tão poucos frutos? Não é falta de
virtude no alimento, responde ele, mas é falta de
disposição no que o recebe. O fogo pega depressa
na madeira seca e dificilmente na verde, porque
esta não está disposta para arder. Se os
santos tiraram tão grandes frutos de suas comunhões,
é porque punham muito cuidado em
se preparar. S. Luiz de Gonzaga empregava
três dias nesta preparação, e outros três dias
na ação de graças ; nesta mesma intenção ele
oferecia a Jesus Cristo todas as ações do dia.
Prática
Preparar-me-ei com todo o cuidado para a
comunhão, primeiro desapegando-me cada vez
mais das criaturas, e depois, desejando vivamente
crescer no amor divino. Desde a véspera,
suspirarei pela vinda de meu Deus, dizendo:Ó Coração de Jesus, vinde, minha alma suspira
por vós. - Para Ação de graças direi
muitas vezes durante minhas ocupações : Ó
doce Coração de Jesus, não permitais que eu
me separe jamaisde vós pelo pecado: fazei,
ao contrário, que eu vos ame cada vez mais.
Afetos e Súplicas
Ó Senhor, cheio de bondade, amabilíssimo
Salvador meu, com que amor me visitais, quando
vindes á minha alma pela santa comunhão!
então, vós não me honrais somente por vossa presença, mas vos tornais meu alimento, vos
unis e vos dais inteiramente a mim, de sorte
que eu posso dizer com verdade: Meu Jesus,
pois que vos dais todo a mim, justo e que eu
me dê todo a vós. Mas ai! eu sou um miserável
verme, e vós, vós sois meu Deus! Deus de
amor, ó amor de minha alma, quando e que me
verei todo vosso, não somente de palavra, mas
de fato? Ah! e o que podeis fazer, Senhor :
aumentai em mim, pelos merecimentos de vosso
Coração a confiança de que tenho necessidade,
a fim de que obtenha de vós esta grande graça
de me ver todo vosso antes de morrer, todo
para vós e mais de modo nenhum para mim
mesmo. Meu Deus, que atendeis a todos aqueles
que vos invocam, escutai hoje a oração desta
pobre alma que deseja vos amar verdadeiramente.
Eu quero vos amar com todas as minhas
forças, quero vos obedecer em tudo, sem interesse,
sem consolação, sem recompensa; quero
vos servir por amor, unicamente para vos agradar,
para satisfazer vosso Coração de que sou
tão ternamente amado. Minha recompensa será
vos amar. Ó Filho querido do Padre eterno,
apoderai-vos de minha liberdade, de minha vontade,
de tudo o que me pertence, de todo o meu
ser, e dai-vos a mim; eu vos amo, eu vos busco,
por vós suspiro, e desejo ser todo vosso! Ó Mãe de meu Redentor, rogai por mim, a fim
de que, por vossa assistência, eu receba vosso
divino Filho com amor perfeito, e minha alma
se torne segundo o seu Sagrado Coração.
Oração Jaculatória
Amante Coração de meu Jesus, fazei que meu
coração seja todo para vós.
quinta-feira, 29 de junho de 2017
Meditação - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 29º dia
Mês do Sagrado Coração de Jesus - 29º dia
Aproximemo-nos da santa Mesa: ali acharemos o Coração de Jesus desejoso de se unir a nós muito frequentemente.
O amor tende naturalmente a união com o
objeto amado, ou antes, segundo o pensamento
de santo Agostinho, o amor é uma cadeia de ouro
que une o coração da pessoa que ama, e o da pessoa
amada. E como esta união não se pode efetuar
de longe, aquele que ama, deseja sempre
a presença da pessoa amada. A esposa sagrada,
quando separada do seu Amado, enlanguecia, e
rogava a suas companheiras para que lhe contassem
seus padecimentos, afim de obrigar a
consola-la por sua presença: eu vos conjuro,
filhas de Jerusalem, se encontrardes meu Amado,
dizei-lhe que enlangueço de amor.
Ora, a união do homem com seu Deus faz-se
na santa comunhão, como a palavra o indica.
Mas notemos aqui um prodígio de ingratidão e
outro de amor. De um lado, o coração do homem,
apesar da extrema necessidade que tem de seu
Deus, separa-se da mesa santa, ou se aproxima
o mais raramente que pode; e de outro lado o
Coração amante de Jesus deseja, busca, solicita
esta união de todas as maneiras possíveis.
Ele manifesta neste sentido o mais vivo desejo. Ardentemente desejei, diz ele, comer esta
pascoa convosco. Estas palavras foram pronunciadas na ultima ceia; mas o fogo que abrasava então o Coração de Jesus, não é menor
hoje. Eis porque ele não cessa de nos fazer
os mais ternos convites: Vinde, comer o pão e
beber o vinho que eu vos preparei. Não contente
de nos convidar, Jesus nos impõe obrigação d'isto por um preceito formal : Tomai e comei,
este é meu corpo. De mais , ele nos atrai pela promessa da vida eterna: Aquele que come
este pão, viverá eternamente. Chega até a nos
ameaçar de nos excluir do paraíso se recusamos comer sua carne sagrada. Se não comeis
da carne do Filho do homem, não tereis a vida
em vós. Que nos dizem estes convites, estas
promessas, estas ameaças? Revelam-nos o desejo
que tem o Coração do Jesus de se unir a
nós na Eucaristia, desejo que nasce do grande
amor que ele nos tem. E evidente que só a
comunhão frequente pode satisfazer tal desejo.
Mas não é verdade que o coração do homem evita o mais que pode a doce união solicitada
pelo Coração de seu Deus? Ó insensatos partidários
do mundo, exclama santo Agostinho,
desgraçados, aonde ides para satisfazer os desejos
de vosso coração? Vinde ao Coração de Jesus, único que pode vos dar a felicidade que buscais. Ó vós que ledes estas linhas, não sigais estes
transviados; vinde ao banquete sagrado buscar
este único bem em que se acham todos os bens.
Temeis! Ah! durante os primeiros seculos da Igreja, os fieis rompiam todos os dias este pão
celeste em suas reuniões, como no-lo ensina S. Lucas
dos de Jerusalem. Sim, este é o nosso pão
quotidiano, nos diz Santo Ambrósio ; ide então recebe-lo quotidianamente, a fim de que cada dia
vos seja ele proveitoso.
Se não podeis comungar todos os dias, como
os fervorosos cristãos dos grandes seculos de
fé, comungai ao menos todas as vezes que
puderdes. Não vos esqueçais, principalmente,
da comunhão da primeira sexta feira de cada
mês, a qual o Coração de Jesus concede as
maiores graças. Fazei-apenas três intenções já citadas, isto é: 1°. em reconhecimento do dom
inefável que Jesus nos fez na Eucaristia, de
seu corpo, de seu sangue, de sua alma, de sua
divindade, de seu Coração ; 2°. em compensação da negligência que tinheis outrora em vos
aproximar da santa mesa. Pedi o ardor de uma
santa Catarina de Sena, que ia ter-se com seu
confessor, exclamando : Ó meu Pai, dai a minha
alma seu nutrimento muito amado ; dai a minha
alma seu nutrimento. Pedi a fé de uma santa
Maria Magdalena de Pazzi, que chorava de dor vendo desprezar-se a comunhão : Eu antes quisera
morrer do que faltar a uma só das comunhões
que meu confessor me concede; 3º em reparação
de vossas faltas e de tantos sacrilégios
·que se cometem contra este adorável Sacramento.
Nosso divino Salvador se dignou um
dia dizer estas consoladoras palavras a venerável
Irmã Prudenciana Zagnoni: Se comungardes
muitas vezes, esquecerei todas as vossas ingratidões.
Obriga-vos também a vos aproximar
do divino banquete a compaixão para com o
Divino Salvador. Santa Teresa percebeu, certo
dia, com horror um desgraçado sacrilego cercado de dois demônios que tremiam diante do
Santissimo Sacramento ; e então ouviu, do meio
da hoótia, Jesus dirigir-lhe estas pala nas: Vê,
Teresa, até onde chega minha bondade, pois que,
para teu bem e para o de todos os homens, consinto
em me pôr assim entre as mãos de meu
inimigo.
Prática
Farei a comunhão reparadora na primeira
sexta feira de cada mês. O Coração de Jesus
é que m'o pede. Poderei recusar-lhe uma coisa
que redundará toda em meu proveito?
Afetos e Súplicas
Ó Coração de meu amadissimo Jesus, ó mais
terno e generoso de todos os corações, que coisa
então vos levou a vos dardes todo a nós em
nutrimento? e depois deste dom inefável, que
vos resta ainda fazer para nos obrigar a vos
amar? Ah! esclarecei-nos e fazei-nos conhecer
este excesso de amor que vos transformou em alimento para vos unirdes a nós, pobres pecadores! Mas se vos dais todo a nós, justo é que nós também nos demos inteiramente a vós. ó Coração de meu Redentor, como pude vos ofender vendo que me tendes amado tanto, e
nada haveis poupado para ganhar meu amor!
Vós vos fizestes homem por mim, vós vos fizestes
meu nutrimento; dizei-me, que poderieis fazer
ainda? Oh! eu vos amo, bondade infinita,
eu vos amo, amor infinito : vinde, Senhor, vinde
muitas vezes á minha alma: quero unir-me muitas
vezes a vós na santa comunhão, para me
desapegar de tudo, e para amar a vós somente,
que sois minha vida. Ó Maria, por vossa intercessão,
tornai-me digno de receber muitas
vezes vosso divino Filho no Sacramento de seu
amor.
Oração Jaculatória
Coração amável de meu Jesus, bem pobre e
desgraçado é o coração que vos não ama.
quarta-feira, 28 de junho de 2017
Meditação - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 28º dia
Meditação - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 28º dia
Aproximemo-nos da santa Mesa: ali acharemos o Coração de Jesus desejoso de se unir estreitamente a nós.
Quão belo é o pensamento de São Lourenço
Justiniano, quando exclama: Ó Deus de amor,
vós quisestes que nosso coração fosse um só com
o Vosso!
Um só coração! Ó santa fé ! falai : Aquele,
diz Jesus Cristo, que come minha carne, mora
em mim e eu nele. Assim, aquele que comunga, está verdadeiramente em Jesus, e Jesus
nele. Jesus está no meu coração, e meu coração
está no Coração de Jesus.
Um só coração ! Sim, diz São Cirilo de
Alexandria, da mesma sorte que dois pedaços de
cera derretidos se unem, assim aquele que comunga,
torna-se a mesma coisa com Jesus Cristo.
Um só coração! Ah! quem então fez esta
maravilha inefável? é o amor. S. Dionisio
Areopagita diz que o efeito principal do amor é produzir a união ; também o Coração amante de Jesus quis instituir a santa comunhão precisamente para se unir ás nossas almas da maneira
a mais íntima. Corno ele nos amava ardentemente quis se unir a nós na eucaristia, a fim de que fossemos uma só coisa com ele. Tal é o pensamento
de S. João Crisóstomo.
Um só coração! Vede como esta união é
estreita; Jesus se nos tinha dado como vítima,
exemplar e mestre; restava-lhe ainda transpor
o último grau de amor: era dar-se a nós em alimento,
a fim de tornar-se a mesma coisa conosco,
como o alimento se torna uma só coisa
com quem o toma. Ora, é o que ele fez instituindo, sob a forma de pão, este admirável Sacramento de amor. Não, dizia S. Francisco de
Sales, arrebatado por amor tão prodigioso, não, o Salvador não pode ser considerado n'alguma ação nem mais amorosa nem mais terna que esta,
na qual ele se aniquila, para assim dizer
1
e se reduz a comida, a fim de penetrar nossas almas e unir-se intimamente ao coração e ao corpo dos
fiéis.
Um só coração!Cumpre exclamarmos aqui
com S. Lourenço Justiniano: Vimos um Deus,
que é a sabedoria mesma, feito como insensato pelo
autor excessivo que tem aos homens. tal excesso
não convinha a vossa majestade, ó meu Senhor!
Convinha a meu Coração cheio de amor, responde
Jesus pela boca de S. Pedro Crisologo:
ignorais então que quando um coração está apaixonado,
não atende ao que convém? Vai, não aonde
a razão o chama, mas aonde o leva seu amor.
Um só coração! E irei comungar sem
amor ? É então possível ocultar fogo no seio
sem queimar as vestes? Nosso Deus é fogo consumidor,
diz S. Paulo ; pela comunhão ele
vem a minha alma para a abrasar com seu amor,
e no meio deste fogo divino minha alma ficaria
gelada? Não, quando eu receber meu Salvador,
pensarei que ele me diz como a sua fiel serva Margarida de lpres: Vê, minha filha, a bela união
que existe entre nós, entre meu Coração e o teu,
consagra-me, pois, o teu amor, fiquemos sempre
unidos pelo amor e não nos separemos mais.
Um só coração! Disto não me esquecerei
jamais. Um só coração no tempo! E depois, um só coração na eternidade! porque a eucaristia
é o penhor da gloria futura: Pignus futurre
glorire.
Prática
Cada vez que eu for comungar, direi: Ó Maria, minha mãe, dai-me vosso terno Jesus,
como outrora o destes aos Pastores e aos Magos.
Quisera ter vosso Coração para o amar. Dizei-lhe
que sou vosso servo dedicado, e ele me
unira mais estreitamente a seu divino Coração.
Afetos e Súplicas
Verdadeiro e único amigo de minha alma, ó meu Jesus, que mais podeis fazer para serdes
amado de mim? Não vos contentastes de morrer
para mim: quisestes ainda instituir este
augusto Sacramento para vos dardes todo a mim,
e, d'ste modo, vos unir intimamente, coração
com coração, a uma criatura tão desprezível e
ingrata como eu; ainda mais, vós mesmo me
convidais a vos receber, ardentemente o desejais! Ó amor imenso, amor incompreensível,
amor infinito! Um Deus quer se dar a mim! Tu, minha a ma crês este prodígio de amor, e
que fazes? Que dizes? Ó Deus! Ó Deus! Ó amabilidade
infinita, único objeto digno do amor
de todas as criaturas! Eu vos amo de todo meu
coração, eu vos amo mais que a mim mesmo,
mais que minha vida! Oh! quem me dera vos
ver amado de todo o mundo ! Oxalá pudesse
vos fazer amar de todos os corações quanto o
mereceis! Eu vos amo, í Deus infinitamente
amável e uno o amor de meu pobre coração ao
amor dos serafins, ao amor do Coração de
Maria, ao amor do Coração de Jesus, vosso Filho
amantíssimo, de sorte que eu vos amo, ó bondade
infinita, com o amor que abrasa os santos,
a Maria e a Jesus ; eu vos amo unicamente porque
mereceis ser amado, e para vos agradar.
Sai de meu coração, afetos que não sois para
Deus. Ó Mãe do belo amor, amável Virgem
Maria, ajudai-me a ter amor a este Deus que
tão ardentemente desejais ver amado.
Orações Jaculatórias
Ó belas chamas do Coração ardente de
Jesus, infiamai meu coração.
terça-feira, 27 de junho de 2017
Meditação - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 27º dia
Meditações - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 27º dia
Aproximemo-nos do tabernáculo : ali acharemos o Coração de .Jesus esperando de nós uma visita de amor.
O padre Baltasar Alvares chorava vendo os
palácios dos grandes cheios de pessoas que vão
fazer corte a um homem de quem esperam alguma
miserável satisfação, ao passo que ficam
abandonadas as Igrejas as onde habita o soberano
Senhor do mundo.Que triste solidão, de ordinário, ao redor de nossos tabernáculos! Vinde,
alma piedosa, vinde fazer companhia a Jesus
Cristo, vinde consolai-o por vossa presença:
seu divino Coração e quem vo-lo pede, prometendo-vos
a abundância de suas graças, se lhe
dais esta consolação.
Vinde a este amante Coração; ele vos receberá
com bondade e a toda hora. Ai está ele para
quem o deseja. Eu sou, nos diz ele no livro
dos Cânticos, eu sou a flor dos campos e o lírio
dos vales. Ele se chama o lírio dos vales, para nos dar à entender que ele é humilde de coração,
e não se deixa achar senão pelos humildes.
Ele se chama flor dos campos, porque é
acessível a todos. As flores dos jardins são
reservadas e cercadas de muros; nem a todos
é permitido colhei-as nem vê-las. As flores
dos campos, ao contrário, são expostas aos olhos
de todos que passam, e cada um pode toma-las :
assim é que o Coração de Jesus está ao alcance
de todos os que desejam acha-lo. Quando se
quer entrar nos palácios dos grandes, encontra-se
muitas vezes á porta um guarda que diz :
Não é hora: mas quando se quer entrar no Coração
de Jesus, basta dirigir-se a Maria; no
mesmo instante a audiência é dada.
Vinde a este Coração tão acessível, que está
no tabernáculo para vos enriquecer, porque ele
é tão bom, diz Santo Agostinho, que deseja mais nos dar suas graças do que nós recebe-las. De outro
lado, no Santissimo Sacramento é que ele atende
mais de vontade nossos rogos, como afirma o
Bemaventurado Henrique Suso. Jesus, na Eucaristia,
está ansioso por nos comunicar seus
favores, mais ainda do que a mãe que tendo leite
em extraordinária abundância, deseja descarregar-se
desse doce peso. Santa Teresa dizia que
este Rei de glória se ocultou sob as espécies do
pão deste Sacramento do altar, e velou assim sua
majestade para nos animar a nos aproximarmos
de seu adorável Coração com mais confiança. Aproximemo-nos,
pois, dele com muita confiança,
e peçamos-lhe suas graças.
Vinde a este Coração tão rico e tão bom: ele
lá está para vos consolar. Ah! se o houvésseis
experimentado , ouvir-se-vos-ia dizer com a condessa de Feria, apelidada esposa do Santissimo
Sacramento : eu ficaria lá toda a eternidade! Se, pois, quereis agradar ao Coração
amantíssimo · de vosso Deus, procurai entreter-vos
com ele as mais vezes que poderdes, e falar-lhe
com toda a confiança possível; de seu
lado, ele não desdenhara vos responder e entreter-se
convosco. Jesus não fará ouvir sua voz
de modo exterior e sensível, mas falar-vos-a interiormente uma linguagem que vosso coração
compreendera bem, uma vez que vos separeis
do comércio das criaturas para tratardes de
coração a coração com vosso Deus: eu a conduzirei
á solidão, diz ele pela boca do profeta,
e falarei a seu coração. Então ele vos falará pelas inspirações, pelas luzes interiores, pelos
testemunhos de bondade, pelos toques suaves
que penetram o coração pelas seguranças de
perdão, pelos penhores de paz, pela esperança
da felicidade eterna, pelas alegrias intimas, pelas
carícias de sua graça, pelos abraços afetuosos.
Jesus vos fará ouvir as palavras de amor,
que sempre compreendem as almas que o buscam
e são por ele amadas. Numa :palavra, na
solidão das Igrejas, achareis o Coração do Verdadeiro
e Único Eterno Amigo.
Não deixeis então de agora em diante passar
dia algum sem irdes a uma Igreja para vos
entreter algum tempo ainda que seja um quarto
de hora só, diante do Santíssimo Sacramento.
Oh! quão delicioso é ficar ao pé d'um altar com
fé ! oh! quão salutar e consolador é derramar o
próprio coração no Coração de Jesus!
Prática
O Coração de Jesus é fiel e constante no seu
amor, pois que nunca deixa nossas Igrejas,
apesar dos ultrajes que recebe nelas. Porque
eu não seria constante no meu? Se ele o merece
hoje, porque não amanhã e depois de amanhã?
Visita-lo-hei cada dia, e para lhe agradar mais,
darei a mesma homenagem a sua santa Mãe e
a S. José.
Afetos e Súplicas
Permiti que eu vos fale, ó Coração amantíssimo
de meu Jesus, de onde sairam todos os
Sacramentos, e principalmente este Sacramento
de amor! Quisera vos dar tanta honra e glória
quanto rendeis nas Igrejas ao Padre eterno. Sei
que vosso amor para comigo, neste altar, é o
mesmo de que me destes prova quando sacrificastes
vossa vida na cruz num abismo de
dores. Ó Coração adorável, esclarecei aqueles
que não vos conhecem, e fazei que eles vos conheçam.
Livrai por vossos merecimentos, ou ao
menos aliviai nas suas penas as almas do purgatório,
que são já vossas esposas eternas. Eu
vos adoro, agradeço e amo, com todas as almas
que, neste momento, vos amam na terra e no
céu. Ó Coração puríssimo, purificai meu coração de todo o apego ás criaturas, e enchei-o
de vosso santo amor. Ó Coração ternissimo,
tornai-vos tão por completo senhor de meu coração, que ele seja todo para vós, e possa eu
dizer: Nada é capaz de me separar do amor de Deus que é um em Jesus Cristo. Ó Coração santíssimo,
gravai no meu coração as penas acerbíssimas
de vossa vida mortal; vós as sofrestes
por mim durante tantos anos e com tão grande amor! Isto me fará desejar ou ao menos suportar
com paciência por amor de vós todas as
penas desta vida. Coração humilimo, ensinai-me
vossa humildade. Coração mansíssimo,
comunicai-me vossa mansidão. Tirai de meu
coração tudo o que vos não é agradável; convertei-o
tão perfeitamente a vosso amor, que ele não
queira e não deseje senão o que quereis. Fazei,
em suma, que eu via unicamente para vos
obedecer, amar e agradar. Reconheço que não
me é possível amar-vos como devo : vós me
haveis cumulado de tantos benefícios; pouco é
que eu me sacrifique e me consuma inteiramente
por vós.
Oração Jaculatória
Ó Amadíssimo de meu coração, quanto desejo
que todos os homens conheçam a ternura
do amor que lhes tendes.
segunda-feira, 26 de junho de 2017
Meditação - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 26º dia
Meditações - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 26º dia
Aproximemo-nos do tabernáculo : ali acharemos o Coração de Jesus esperando de nós uma visita de reparação.
Oh! Quem me dera ter o coração, a voz e as
lágrimas de um S. Francisco de Assis, para bradar
por todo o mundo: O amor não é amado! O amor não é amado! Não há pena mais cruel
para um coração amante do que ver seu amor
desprezado e seus benefícios pagos com ingratidão.
Se o Coração de Jesus pudesse ainda agradecer
agora como na sua vida mortal, a maior
parte de nossos tabernáculos seriam para ele
outros tantos jardins de Oliveiras.
Notai os extremos de seu amor para com os
homens! Por causa deles, o divino Coração
chegou a velar no Santíssimo Sacramento sua
majestade, a obscurecer sua glória; chegou a
consumir, aniquilar sua vida sagrada; numa
palavra, sobre os altares, ele parece não ter
outra ocupação que amar os homens. Mas que
reconhecimento lhe testemunham esses ingratos?
Sim, sua ternura é excessiva, pois ele preferiu
nossa vantagem á sua própria dignidade.
Não sabia Jesus então a que desprezos devia
expo-lo esta invenção de seu amor? Nós somos
testemunhas, e ele bem o viu antes de nós, a maior
parte dos homens não o adoram e não querem
reconhece-lo por aquilo que ele é n'este Sacramento.
Mais de uma vez, sabemos, estes mesmos
homens ousaram calcar aos pés as hóstias consagradas, lança-las na terra, atira-las no fogo.
Vemos ainda que grande número daqueles que
creem n'ele, ó Céus! Longe de repararem tantas
injúrias, por suas piedosas homenagens, aumentam
suas penas por suas irreverencias nas Igrejas, ou ao menos o abandonam só sobre os
altares, algumas vezes até sem lâmpada e sem
os ornamentos necessários.
A esta lembrança, um grito deve repercutir
no fundo de toda alma generosa: Reparação!
Reparação! Aliás qual é o meio mais eficaz de
reparar tantos ultrajes? é prostrarmo-nos muitas
vezes ao pé dos altares, e rogarmos ao Coração
de Jesus a conversão daqueles que o ofendem.
Com efeito, quando um pecador se converte,
quando lava seus pecados passados nas lágrimas
de seu arrependimento, e começa uma
vida toda nova, faz a mais bela das reparações
Aquele que veio entre nós, não tanto para os justos como para os pecadores, Aquele cuja
gloria é salvar as almas. O Senhor dizia um
dia á santa Maria Magdalena de Pazzi: Almas
queridas de meu Coração, a vós é que confiei a cidade
de Refúgio (isto é a Paixão, ou a memoria a Eucaristia
renova continuamente) a fim de que
saibais aonde podeis vir em socorro as minhas criaturas;
ide então e dai vosso socorro a essas pobres
almas que perecem, oferecendo vossa vida por elas.
Dai, inflamada em ardente zelo, a santa oferecia
a Deus cinquenta vezes por dia, o sangue
do divino Redentor pela salvação dos pecadores,
e não deixava quase passar uma hora do
dia sem orar por eles; muitas vezes ainda, ao
bater meia noite, ela ia aos pés do Santíssimo
Sacramento interceder em favor deles. Apesar
de tanto fervor encontraram-na um dia toda
em lacrimosa, e como lhe perguntassem a causa
de sua dor, respondeu: Choro, porque me parece
que não faço nada pela salvação dos pecadores.
Ela se oferecia muitas vezes como vítima,
chegando a dizer: Senhor, fazei-me morrer e reviver
bastantes vezes para satisfazer a vossa justiça em favor deles. Assim é que esta grande
santa compreendia a reparação dos ultrajes
feitos ao Coração de Jesus Cristo.
Reparação! Reparação! Tal deve ser o grito
de toda alma que se lembra de ter sido outrora
ingrata para com Jesus no seu Sacramento. E
se, no futuro, tivéssemos ainda a desgraça de lhe
causar mágoa, excelente meio de consolação
seria irmos, com inteira confiança, lançar-nos a
seus pés para lhe pedirmos perdão. O Coração
de Jesus é fonte aberta para todos os homens,
fonte onde podemos, quantas vezes quisermos, limpar nossas almas de todas as manchas que
contraimos cada dia pecando. O mais pronto
remédio nas faltas em que cai o christão, é
recorrer logo ao Sagrado Coração de Jesus no
Santíssimo Sacramento.
Prática
Nas minhas visitas de cada dia ao Santíssimo
Sacramento farei reparação ao Sagrado Coração
de Jesus pelos pecados que se cometem no
mundo, principalmente por tantos sacrilégios,
que nascem quer da falta de sinceridade na confisão;
quer da falta de verdadeira conversão.
Direi muitas vezes, como reparação, a seguinte
oração jaculatória: Meu .Jesus, misericórdia ! (100 dias de indulg.,
23 Setembro de 1846.)
Afetos e Súplicas
Ó Jesus, meu amabilíssimo, dulcíssimo e amadíssimo
Salvador, vida, esperança, tesouro, único amor de minha alma, quanto vos tem custado
ficar entre nós neste Sacramento! foi necessário que morresseis para permanecerdes sobre nossos altares. E depois, neste Sacramento
mesmo, quantos ultrajes tendes sofrido
para nos dardes o beneficio de vossa presença!
Tudo cedeu ao vosso amor e ao desejo que tendes
de ser amado de nós. Ah! Meu terno Salvador,
quem me dera poder lavar com minhas
lágrimas e até com meu sangue esses tristes
logares em que vosso Coração cheio de amor
recebeu tantos ultrajes no Santíssimo Sacramento! Mas se esta consolação não me é concedida,
desejo ao menos, Senhor, e proponho
visitar-vos muitas vezes para vos adorar, em
compensação dos desprezos que recebeis da
parte dos homens n'este divino mistério. Dignai-vos,
ó Padre eterno, acolher esta fraca homenagem
que vos rende hoje o mais miserável
dos homens, em reparação das injúrias feitas a
vosso divino Filho sobre nossos altares: aceitai-a,
dignando-vos uni-la a honra infinita que Jesus
Cristo vos deu na Cruz, e vos dá ainda todos
os dias no seu Sacramento. Ó meu Jesus, pudera
eu inspirar a todos os homens o mais ardente
amor para com vosso Sacramento de amor.
Oração Jaculatória
Ó meu Salvador, em amor para convosco ardam
todos os corações, como o Vosso arde em
amor para conosco!
domingo, 25 de junho de 2017
Meditação - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 25º dia
Meditações - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 25º dia
Aproximemo-nos do tabernáculo: ali acharemos o Coração de Jesus esperando de nós uma visita de reconhecimento.
Agradecer a Jesus Cristo o grande dom que
ele fez aos homens, dando-lhes a Eucaristia.
reparar as injurias que ele recebe neste Sacramento,
enfim, amai-o, em compensação do culto que muitos deixam de dar-lhe nas Igrejas, tal
e o tríplice fim para o qual o Salvador mesmo quis que a festa de seu Sagrado Coração fosse instituída.
Mas uma coisa digna de ser notada, é que
ele prometeu derramar com abundância as riquezas
de seu Coração sobre os que lhe tributassem
esta tríplice homenagem, não somente
no dia mesmo desta festa, mas ainda em todos
os outros dias. E que é necessário para merecer
os efeitos desta promessa? É necessário visita-lo
no Santíssimo Sacramento, nos três fins
acima ditos.
Que amor e ações de graças devemos ao Coração
de Jesus, por ter instituído este adorável Sacramento! Sem esta amorosa invenção, quão triste seria nosso desterro! A quem nos dirigiríamos
nos males de que esta vida está cheia?
Onde acharíamos um Coração tão bom para se
compadecer das misérias de todos, tão poderoso
para consolar todos os que implorassem seu
socorro! Jesus só pode dizer e diz com efeito :
Vinde a mim, vós todos que gemeis sob o fardo de
vossas penas, e eu vos alentarei. Ora, esta palavra,
esta boa palavra saída do bom tesouro
do seu Coração, ele no-la repete continuamente
do fundo do seu tabernáculo.
Porque lá está este Coração tão amável e tão
amante; lá está, esperando, chamando e acolhendo
todos aqueles que o vem visitar. Meus
olhos e meu Coração estarão ali em todos os tempos. Consoladora promessa, cujo cumprimento
Jesus nos mostra no Sacramento do altar, onde
ele está por nós noite e dia! Lembremo-nos
aqui do doloroso momento, em que o Redentor
disse adeus a seus discípulos antes de ir para
a morte. Eles choravam pensando que deviam
se separar de seu Mestre querido; mas Jesus
os consolou por estas palavras, dirigidas também
a todos os fiéis : «Meus Filhos, eu vou morrer,
para vos provar o amor que vos tenho;
mas, ainda morrendo, não quero vos deixar sós;
em quanto estiverdes sobre a terra, quero ficar
comvosco : Ecce ego vobiscum sum. Eu vos deixo
na Eucaristia meu corpo, minha alma, minha
divindade, e este Coração que tanto amor vos
tem.»
Lá esta pois o Coração de Jesus ; mas por
quanto tempo? Ah! é o Coração de um amigo
fiel; ele lá está dia e noite; lá estará até o fim
do mundo : Usque ad consummationem sceculi. Mas, ó Coração divino, para que ficar em nossas Igrejas durante a noite, pois fecham-se as portas
e ficais só? Bastante era que ficasseis somente durante o dia. Não, responde ele, quero
ficar também de noite, sempre esperando, a fim
de que, de manhã, quem me buscar me ache
logo sem me esperar. A esposa sagrada ia buscando
por toda parte seu Amado, e perguntando
aqueles que encontrava, se não o tinham visto :
Não vistes Aquele a quem minha alma consagra
seu amor? Não o achando, erguia a voz e exclamava: Ó meu Amado, fazei-me saber onde estais. Então, isto é, antes do nascimento do
Salvador, a esposa , por mais que procurasse, não podia achar o esposo, por que não havia
ainda o Santíssimo Sacramento ; mas agora, desde
que uma alma queira achar a Jesus Cristo,
basta-lhe ir a uma Igreja onde repousa a divina
Eucaristia, e ali achará seu Amado que a espera,
com o Coração inflamado e desejoso de
a ver chegar-se para junto dele.
Ele lá está! Mas quem então o retem entre
nós? Quem o encadeia? É o amor que ele nos
tem. Por que o amor, diz Santo Agostinho, é
uma cadeia de ouro. S. Pedro de Alcântara, em êxtase diante deste amor inefável, dizia: «Língua
nenhuma poderia exprimir a grandeza do amor
que Jesus Cristo tem a cada uma das almas
que estão em graça; por isso, este terno Esposo,
deixando a terra, não pôde sofrer que sua separação
lhe fizesse esquecer a esposa querida,
e deixou-lhe como lembrança este divino Sacramento,
onde ele mesmo reside. Este bom Salvador,
para que sua esposa amadissima se lembrasse
sempre dele, não quis deixar outro penhor
senão sua divina pessoa realmente presente
na Eucaristia.» O Coração de Jesus é assim
nosso cativo, como dizia Santa Teresa; o tabernáculo
é sua prisão, e o amor é sua cadeia!
Prática
Visitarei todos os dias o Santíssimo Sacramento,
dizendo comigo : Que! O Coração de
Jesus faz consistir suas delícias em estar comigo, e as minhas não serão estar junto do Coração de Jesus?!
Afetos e Súplicas
Senhor, muito nos tendes amado; não bastava
ficardes neste augusto Sacramento durante o
dia, quando podeis ter adoradores de vossa divina presença para vos fazerem companhia?
Que necessidade havia de ficardes ainda a noite
toda, quando as Igrejas estão fechadas e os
homens se recolhem ás suas casas, deixando vos
inteiramente só ? Ah! Eu vos compreendo :
o amor vos tornou nosso prisioneiro; o terno
amor que nos tendes, enlaça vosso Coração com
prisões tão fortes, que não vos permite separar
de nós, nem de dia nem de noite. Ah ! Amabilíssimo
Salvador, este só sinal de vossa afetuosa
ternura deveria o brigar todos os homens a ficarem
continuamente em adoração diante do santo cibório,
a ponto de não poderem ser arrancados
dali senão a força; ainda assim não deveriam
separar-se senão deixando ao pé do altar todos
os afetos de seus corações para com este Deus
feito homem, que se digna ficar só e encerrado
num pequeno tabernáculo, todo olhos para velar
sobre nossas necessidades e acudir a elas, e
todo coração para nos amar, esperando o dia
para receber a visita de suas almas queridas.
Sim, meu Jesus, quero vos satisfazer; a vós
consagro toda a minha vontade e todos os meus
afetos. Tudo o que existe em mim. Redentor
meu, tudo cedo a vosso amor : tomai posse
de minhas satisfações, prazeres, vontade, enfim
de tudo. Ó amor, ó Deus de amor, reinai em
mim, triunfai de todo o meu ser; destrui, sacrificai em mim tudo o que não é para vós. Ó meu amor, não permitais que minha alma se
apegue ainda ás criaturas. Eu vos amo, meu
Deus, eu vos amo, e não quero amar senão a
vós para sempre.
Oração Jaculatória
Ó Maria, quão feliz sois por terdes tido o Coração perfeitamente conforme ao Coração de Jesus.
sábado, 24 de junho de 2017
Meditação - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 24º dia
Meditações - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 24º dia
Aproximemo-nos do Altar; ali acharemos o Coração de Jesus desejo de nos unir a seu Apostolado.
O grande apostolado do Coração de Jesus se exerceu sobre a Cruz. A oferenda que ali fez então a seu Pai, de seu corpo, de seu sangue, de sua vida e seus merecimentos, teve por efeito a salvação do mundo e o cumprimento da obra tão necessária da Redenção.
Não julguemos entretanto que este apostolado de redenção tenha terminado no Calvário; o Coração de Jesus o exerce continuamente sobre nossos altares por meio da Missa. Para bem compreende-lo, é necessário recordar que o sacrifício do altar é o mesmo que foi oferecido na Cruz, com esta diferença que, na Cruz, o sangue de Jesus Cristo foi derramado realmente, ao passo que no altar o é só misticamente. Se estivesseis no calvário no momento da morte de vosso Salvador, com que devoção e enternecimento alma fiel, teríeis assistido a esse grande sacrifício! Pois bem! Reanimai vossa fé, e pensai que o que se fez então para a salvação das almas se faz ainda agora na Missa.
Mas eis aqui grande motivo de consolação para vós: este apostolado redentor podeis exerce-lo com Jesus. Por quanto, devemos notar que o augusto sacrifício não é oferecido somente pelo sacerdote, mas ainda pelos fieis, como claramente o insinuam S. Pedro e S. João, o primeiro na sua epístola, o segundo no Apocalipse.
Cada vez, por tanto, que tendes a felicidade de vos achar presente á imolação do Cordeiro divino, concorreis com ele na redenção do mundo, sua ocupação de cada instante. Para este fim, quando ouvirdes a Missa, uni-vos as intenções de seu adorável Coração. Ele se oferecia sobre o Calvário, e ainda se oferece cada dia em nossos altares, para expiar todos os pecados que se cometem continuamente na terra; porque só ele pode satisfazer á justiça divina. Pois bem! durante a Missa, oferecei ao Padre eterno o Sagrado Coração com todos os seus merecimentos, e assim dareis a Deus satisfação completa por todos os pecados dos homens; fareis o que pode mais eficazmente aplacar a ira de Deus contra os pecadores e abater as forças do inferno, a coisa que grangeia as graças mais abundantes para os homens na terra e os maiores alívios para as almas do purgatório! Enfim. executareis a obra de que depende a salvação do mundo inteiro. Por uma Missa ouvida desta maneira, satisfareis a .justiça divina por vossas faltas, de modo muito melhor que por outras obras expiatórias quaisquer que sejam. Bem que a Missa seja de valor infinito, é contudo verdade que Deus não a aceita senão de maneira finita segundo as disposições daquele que assiste a e a estas disposições são como o vaso que cada um leva para receber os dons de Deus, e que o Senhor enche sempre: quanto maior é o vaso, tanto maior a abundância das graças que se obtém; esta é a razão pela qual é útil ouvir muitas Missas. O célebre duque, Afonso de Albuquerque, atravessando os mares, viu um dia seu navio despedaçar-se contra os escolhos. Por perdido já se considerava o grande homem, quando, percebendo um menino que chorava toma-o em seus braços, e, elevando-o para o Céu, exclama: «Se não mereço ser ouvido, ouvi ao menos os choros d'este menino inocente, e salvai-nos.» No mesmo instante a tempestade se acalma e o perigo desaparece.
Tenhamos a peito operar nossa salvação, contribuir para a do próximo, e aproveitemos deste exemplo. Nós temos ofendido a Deus, merecemos ser condenados a morte eterna; a justiça divina quer ser satisfeita; que havemos de fazer? Desesperar? Oh! não, vamos prostrar-nos diante do trono da graça, isto é, ao pé do altar onde o Sacerdote eterno se sacrifica e ora por nós; ofereçamos a Deus o Coração amabilíssimo de Jesus que é seu Filho. Oh! com quanto interesse e eficácia este divino Coração pleiteará nossa causa! Este meio de salvação nos é aconselhado por Santo Anselmo. Ele diz que Jesus mesmo, urgido pelo desejo que tem de não nos ver abandonados a nossa ruma e perdição, dirige-se da seguinte maneira a quem esta curvado para com Deus: Pecador, tranquiliza-te: Se tuas iniquidades te tornaram escravo do inferno, oferece-me a meu Pai ; por este meio, escaparás á morte e serás salvo. Pode-se, acrescenta o santo Doutor, pode-se imaginar maior misericórdia que a do Filho de Deus, dizendo ao homem: Eis-me aqui, resgata-te!
Prática
Direi cada manhã com os membros do apostolado da oração: Divino Coração de Jesus, eu vos ofereço, pelo Coração imaculado de Maria, todas as minhas orações, ações e padecimentos deste dia, em união com todas as intenções que tendes imolando-vos sem cessar sobre nossos Altares. Depois disto, direi o Pai Nosso, a Ave Maria, Creio em Deus Padre, e ajuntarei: Divino Coração de Jesus, fazei que eu vos ame cada vez mais. É tão belo salvar as almas! ouvirei cada dia a Missa nesta intenção.
Afetos e Súplicas
Pai celeste, eu, miserável pecador digno do inferno, nada tenho para vos oferecer em expiação de meus pecados; mas, ofereço-vos o Coração inocente de vosso Filho que se imola sobre nossos altares, e por seus merecimentos vos peço misericórdia. Se eu não tivesse este divino Coração para vos oferecer, estaria perdido, não haveria mais esperança para mim; mas vós m'o destes, para que eu possa esperar minha salvação por seus merecimentos. Senhor, minha ingratidão tem sido enorme, mas vossa misericórdia é maior ainda. E que maior misericórdia podia eu esperar de vós do que a que me haveis feito, dando vosso próprio Filho como vítima digna de vos ser oferecida em expiação de meus pecados? Pelo amor então de Jesus Cristo, perdoai minhas iniquidades, concedei-me a santa perseverança. Ah! meu Deus, se vos ofendesse ainda depois de me haverdes esperado com tanta paciência, depois de me haverdes perdoado com tanto amor, não mereceria que um inferno fosse criado de proposito para mim? Por piedade, meu Pai, não me abandoneis; tremo em pensar nas infidelidades de que me fiz culpado contra vós: quantas vezes voltei-vos minhas costas depois de haver prometido vos amar! Ó meu Criador, não permitais que eu tenha a desgraça de me ver de novo privado de vossa graça! oh! não, dir-vos-hei com Santo Inácio: Não permitais que eu me separe de vós; Não permitais que eu me separe de vós. Repito e quero repetir esta súplica até o derradeiro suspiro de minha vida: Não permitais que eu me separe de vós. Meu Jesus, ó caro amor de minha alma, prendei-me a vosso divino Coração pelas cadeias. do vosso amor; eu vos amo e quero vos amar eternamente: Não permitais que eu me separe jamais de vós.
Oração Jaculatória
Ó conquistador dos corações, reinai sobre os corações dos homens.
sexta-feira, 23 de junho de 2017
Meditação - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 23º dia
Meditação - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 23º dia
Aproximemo-nos do Altar; ali acharemos o Coração de Jesus oferecendo-se por nós
A ação mais santa, mais sublime que existe, é a santa Missa. Deus mesmo não pode fazer que haja ação mais santa do que esta. Todos os sacrifícios da antiga lei não foram senão sombra e figura dela. Santo Agostinho nos faz notar que o sacrifício da Missa não é menos eficaz hoje diante de Deus que a oblação que Jesus fez de si na Cruz, quando o sangue e a água correram da chaga do seu Coração. E porque? Ah! é que a Missa é o sacrifício do corpo e sangue do Filho de Deus, e por conseguinte, sacrifício perfeito, supremo, infinito. Sim, a instituição do augusto sacrifício da lei nova é a maior, a mais espantosa de todas as maravilhas inventadas pelo amor do Coração de Jesus! E que faz na Missa esse Coração Divino? Primeiro, oferece a seu Pai adorações dignas Dele. Todas as honras que tem dado a Deus os anjos por suas homenagens e os homens por suas virtudes, suas austeridades, seus martírios e suas santas obras, não puderam dar-lhe tanta gloria como uma só Missa; porque todas as honras que provém das criaturas são honras finitas, ao passo que a honra que resulta para Deus do sacrifício de nossos altares, sendo-lhe tributada pelo Coração d'um Deus, é infinita. É então a obra mais santa, mais divina e mais agradável a Deus.
Incapazes somos de agradecer a Deus, como Ele merece, os inúmeros benefícios a nós prodigalizados; mas consolemo-nos: O Coração de Jesus na Missa lhe dá por nós dignas ações de graças. Este divino sacrifício, diz Santo Irineu, foi instituído precisamente a fim de Podermos pagar a Deus a divida de nosso reconhecimento. Este divino Coração na Missa aplaca também a ira de Deus. Desgraçados de nós, se não tivéssemos este grande sacrifício para impedir que a divina justiça nos inflija os castigos que nossos pecados merecem! porque o sacrifício das vidas de todos os homens e de todos os anjos não poderia satisfazer dignamente a justiça de Deus por uma só falta cometida por uma criatura contra seu Criador; só o Coração de Jesus pode satisfazer por nossos pecados. Cada vez que se celebra a Missa, ele oferece a seu Pai seus merecimentos infinitos, e então o Senhor é levado a conceder aos pecadores a luz e a força necessárias para se arrependerem, e dai o perdão de seus pecados.
Durante a Missa podemos enfim obter para nós e para os outros todos os favores que desejamos. Sem dúvida, somos indignos de receber graças; mas o Coração de Jesus as merece por nós. Ele mesmo nos deu o meio de obte-las: é pedi-las em seu nome, oferecendo sua pessoa ao Pai Eterno, no sacrifício da Missa; porque então ele se une a nós e roga conosco. Se soubesseis que quando orais ao Senhor, a Mãe de Deus e todo o paraíso se une a vós para apoiar vossa súplica, com que confiança a não apresentarieis? Pois bem! Quando assistis á Missa para pedir a Deus alguma graça, o Sagrado Coração de Jesus, cujas orações valem infinitamente mais que as do paraíso inteiro, ora por vós e oferece em vosso favor os merecimentos de sua Paixão.
Numa palavra, a Missa é, segundo a expressão do profeta Zacharias, o que há de mais excelente e belo na Igreja; ela é que nos dá a santa Eucaristia, fim e consumação de todos os outros sacramentos; ela, a que nos dá o Coração de Jesus; ela, o epilogo de todo o amor divino e de todos os benefícios de que Deus cumulou os homens.
Prática
Quero e proponho revestir-me do espirito de sacrifício e devotamento. O Coração de um Deus que se imola para mim cada dia, não merece que eu me sacrifique e me mole por ele? Pois bem! que vou fazer por Deus, por meu próximo, pelos pobres, pelas almas do purgatório?
Afetos e Súplicas
Pai eterno, hoje vos ofereço todas as virtudes, todos os atos, todos os afetos do Coração de vosso amadissimo Jesus. Aceitai-os por mim; e por seus merecimentos que me pertencem, pois ele m'os deu, concede-me as graças que ele vos pede para mim. Eu vos ofereço estes merecimentos, para vos agradecer tantas misericórdias que me tendes feito. Ofereço-os também para satisfazer-vos pelo que vos devo por meus pecados. Por estes merecimentos, enfim, espero de vós todas as graças, o perdão, a perseverança, o paraíso, e mais que tudo, o dom supremo de vosso amor. Bem sei, que sou eu que ponho obstaculo a vossa graça: mas dignai-vos ainda remediar este mal; em nome de Jesus Cristo vo-lo peço; ele nos prometeu que nos concedereis tudo o que vos pedirmos em seu nome; não podeis então m'a recusar. Todo o meu desejo, ó meu Deus, é amar-vos, dar-me inteiramento a vós, e não ser mais ingrato para convosco, como até o presente fui. Escutai-me, atendei minha suplica: fazei que este dia seja o de minha inteira conversão; fazei que, a partir d'este momento, não cesse eu de vos amar. Oh! eu vos amo, meu Deus, eu vos amo, bondade infinita, eu vos amo, meu amor, meu paraíso, minha felicidade, minha. vida, meu tudo!
Oração Jaculatória
Coração de Jesus, vítima de amor, ofereço-vos em sacrifício minha alma, minha vontade e minha vida.
quinta-feira, 22 de junho de 2017
Meditação - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 22º dia
Meditação - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 22º dia
Vamos ao Altar; ali acharemos o Coração de Jesus dando-se a nós
Assim como Jesus nasceu de Maria em Belém, assim nasce todos os dias sacramentalmente entre as mãos do sacerdote, na Missa, no momento da consagração. Sim, pela virtude das palavras sagradas, o padre muda o pão e o vinho no corpo e no sangue de Jesus Cristo; ela manda a Jesus vir do céu sobre o altar e este Coração manso e humilde obedece, sem resistir nunca. Assim então o Sagrado Coração se acha perpetuamente entre nós, segundo esta consoladora promessa do Senhor: Meus olhos e meu Coração estarão ali todos os dias, ao santo sacrifício da Missa é que devemos isto.
Ó sublimes mistérios, ó sacerdócio mil vezes bendito, vós é que nos dais no altar o Coração de nosso Deus! Como se explica este poder incomparável do sacerdócio? Assim: Jesus Cristo, o sacerdote único e eterno, o sacerdote por excelência, acha-se moralmente presente nos seus ministros, a fim de cumprir por meio deles as augustas funções sacerdotais. Ai está porque os santos, esquecendo de algum modo o que há de home no sacerdote, para verem nele só Jesus Cristo, não temem chamar-lhe homem divino, e declarar-lhe que sua dignidade é divina, infinita, suprema. Partindo deste pensamento, S. Bernardo diz que Deus elevou o sacerdote acima de Maria; e a razão que dá é ma seguinte: Maria não concebeu Jesus Cristo senão uma só vez ao passo que o sacerdote, consagrando, concebe-o tantas vezes, para assim dissermos, quantas quer; e isto de tal modo que, se a pessoa do Redentor não tivesse ainda existido no mundo, o sacerdote, pronunciando as palavras da consagração, produziria realmente a sublime pessoa do Homem Deus. Dai esta bela exclamação de Santo Agostinho: "Ó venerável dignidade dos sacerdotes, em cujas mãos o Filho de Deus se encarna como no seio da Virgem!" Por isto é que os sacerdotes são chamados pais de Jesus, como fala São Bernardo: Parentes Christi; de fato, eles são a causa ativa da existência de Jesus Cristo na hóstia consagrada. O sacerdote pode até ser chamado, em algum sentido, criador de seu Criador, pois que, pronunciando as palavras da consagração, ele cria, permitam-nos a expressão, Jesus Cristo sobre o altar, dando-lhe o ser sacramental e pondo-o em estado de vítima oferecida ao Pai eterno. Deus, para criar o mundo, só teve que dizer uma palavra: Ipse dixit et facta sunt. Da mesma sorte basta ao padre dizer sobre o pão: Hoc est corpus meum; e eis que não é mais pão: é o corpo do Salvador.
Assistindo a missa, o fiel tem, pois, a mesma felicidade que teria se tivesse presente em Nazaré no momento da encarnação, ou em Belém no momento do nascimento do divino Salvador; e se ele é deoto do Sagrado Coração, tem a alegria de se ver em presença desse Coração, objeto de suas adorações, de suas piedosas homenagens e de seu amor, fonte de todos os bens que já possui e dos que espera no futuro.
Quando então assistirmos a Missa, pensemos, no momento da consagração, que o anjo nos vem dizer o que dizia outrora aos pastores de Belém: Eu vos anuncio e a todo povo uma grande alegria: é que hoje vos nasceu um Salvador e de cotação amabílissimo e amantíssimo.
Que festa num reino em o nascimento do primeiro filho do Rei! Mas muito mais devemos nos regojizar, vendo nascer cada dia em nossas Igrejas, durante a Missa, o Filho de Deus, que vem nos visitar, urgido pelas entranhas de sua misericórdia, como dizia o santo profeta Zacarias, isto é, urgido por seu misericordiosissimo Coração. É o bom Pastor que em salvar suas ovelhas da morte, dando pela salvação delas sua vida sacramental. É o Cordeiro de Deus, que em se imolar de novo, para nos obter a graça divina, para ser nosso libertador, nossa luz, e até nosso alimento.
Prática
Esforçar-me-ei por assistir cada dia a santa Missa. Como poderia dizer que tenho fé viva, e especialmente que tenho grande amor ao Sagrado Coração, se desprezasse este ponto tão capital na devoção?
Afetos e Súplicas
Ó meu Jesus, que amorosa invenção a do santo sacrifício em que vos tornais presente sob as aparências do pão, para que os homens vos amem e encontrem quando quiserem! Com razão é que o Profeta os exortava a levantarem a voz e publicarem em todo o mundo a que extremo chegaram as invenções do amor que nos tem nosso Deus Salvador. Ó Coração amantíssimo de meu Jesus, digno de possuir todos os corações das criaturas, ó Coração todo cheio das chamas do mais puro amor, ó fogo ardente, consumi-me inteiramente, e dai-me vida nova, vida de amor e de graça. Uni-me de tal modo a vós, que não possa mais separar-me. Ó Coração, aberto para ser o refúgio das almas, recebei-me. Ó Coração tão penetrado de dor sobre a cruz pelos pecados do mundo, dai-me verdadeira dor de meus pecados. Sei, ó meu Salvador, que, nesse divino sacrifício, conservais os mesmos sentimentos de amor que tínheis ao morrerdes por mim na cruz; sei, por conseguinte, que tendes grande desejo de me unir inteiramente a vós: posso então tardar mais em me dar completamente a vosso amor e desejo? Ah! por vossos merecimentos, amadíssimo Jesus meu, feri-me, ligai-rne, apertai·me, uni-me todo ao vosso Coração. Hoje proponho, com o auxilio de vossa graça, dar-vos toda a satisfação possível, calcar aos pés o respeito humano, minhas inclinações viciosas, minhas repugnâncias, meus prazeres, minhas comodidades, tudo o que poderia impedir-me de vos contentar plenamente; fazei, Senhor, que eu seja fiel a esta resolução, de sorte que no futuro, todas as minhas ações, todos os meus pensamentos e afetos, sejam inteiramente conformes ao vosso beneplácito. Ó amor de Deus, bani de meu coração todo outro amor. O' doce esperança de minha alma, ó Maria, tudo podeis junto de Deus: obtende-me a graça de ser até a morte servo fiel do Coração amantíssimo de Jesus.
Oração Jacularória
Ó Coração de Jesus, antes morrer que viver privado de vosso amor!
quarta-feira, 21 de junho de 2017
Meditação - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 21º dia
Meditação - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 21º dia
Vamos ao Calvário, ali acharemos o Coração de Jesus aberto para todos
Quando os soldados foram quebrar as pernas aos dois ladrões, vendo que Jesus já estava morto, não lhe aplicaram o mesmo tormento. Mas um deles abriu-lhe o lado com a lança, e no mesmo instante correu sangue e água. Conforme S. Cipriano, a lança foi diretamente ferir o Coração de Jesus Cristo de tal modo que foi dividido em duas partes, segundo a revelação feita a Santa Brígida. Crê-se por conseguinte, que a água saiu do lado de Nosso Senhor com o sangue, visto que a lança, para atingir o Coração, teve de ferir primeiro o pericardio, isto é, a membrana que o cerca.
Santo Agostinho nota que o evangelista se serviu da palavra abrir: Aperuit, porque então se abriu no Coração do Salvador a porta da vida, por onde saíram os sacramentos, sem os quais não se pode chegar a vida eterna. Diz-se que o sangue e a água correram do lado de Jesus Cristo, foram a figura dos sacramentos, porque a água é a figura do batismo, que é o primeiro dos sacramentos, e o sangue do divino Salvador é contido na Eucaristia, que é o maior dos sacramentos.
São Bernardo ajunta que Jesus Cristo quis receber a lançada que lhe fez uma chaga visível para nos dar a entender que sue Coração trazia uma chaga invisível de amor para com os homens. Quem então, conclua este grande santo, não amaria este Coração ferido de amor?
Ó meu Redentor, de tal maneira tendes amado os homens, que não é possível que deixe de amar-vos quem pensa nisto, porque vosso amor faz violência a nossos corações, como diz o Apóstolo. Este amor do Coração de Jesus aos homens vem do amor que ele tem a seu Pai, por isso é que ele dizia depois da ceia: A fim de que o muno saiba que amo a meu Pai, levantai-vos; vamos. E onde queria ir? Morrer pelos homens sobra a cruz.
Nenhuma inteligência pode compreender o ardor deste fogo divino no Coração de Jesus Cristo. Se, em vez de uma só morte, necessário lhe fosse padecer mil, Jesus tinha amor bastante para sofre-as. Se lhe fosse preciso sofrer para salvação de um só homem, o que ele sofreu por todos, nossos Salvador não se teria negado a uma só de suas imensas dores, necessário lhe fosse ficar até o dia do juízo, Jesus amorosamente padeceria ainda este longo suplício. De sorte que o Coração de Jesus amou muito mais do que padeceu. Ó Coração de Jesus, vossa ternura é muito maior do que todos os sinais que me tendes feito dela. Estes sinais são grandes, porque tantas chagas, tantas machucaduras; entretanto só descobrem um fraca parte da realidade, nós temos visto sair apenas uma centelha deste imenso fogo de amor. A maior prova de amor é dar a vida pelos amigos; isto não bastou a Jesus para exprimir toda a ternura do seu Coração: ele foi morto pelos seus mais cruéis inimigos. Este prodígio de amor assombra as almas santas, e as arrebata fora de si mesmas; faz nascer nelas os abrasados afetos, o desejo do martírio, a alegria nos padecimentos, ele é que faz triunfar nas grelhas ardentes, caminhar sobre os carvões acesos como sobre rosas, suspirar pelos tormentos, amar o que o mundo aborrece. Por quanto Santo Ambrósio diz que uma alma unida a Jesus na cruz não acha nada mais glorioso que trazer sobre si as insignias de seu Esposo crucificado Como, ó terno Coração de meu Esposo, como poderei vos pagar este amor incomparável que me haveis testemunhado? Justo é que o sangue compense o sangue. Ah! Não me ver eu coberto deste sangue divino e cravado nesta cruz, que abraço! Ó Cruz santa, recebe-me com Aquele que em ti está cravado para a minha salação; ó coroa, alarga-te, para que eu possa unir minha cabeça a do meu terno Senhor. Ó cravos crudelíssimos, sai das mãos inocentes de meu Deus, vinde penetrar meu coração de compaixão e amor.
S. Paulo nos afirma, ó meu Jesus, que vós morrestes para reinar sobre os vivos e sobre os mortos, não pelos castigos, mas pela doçura de vosso amor. Ó conquistador dos corações, a força de vosso amor soube quebrar a dureza dos nossos. Vós abrasastes o mundo inteiro com vosso amor. Ó Jesus, vossa Cruz é um arco armado para ferir os corações. Saiba o mundo todo que eu tenho co oração ferido... Ó Coração amantíssimo, que fizestes? Viestes para me curar, e me feristes! Viestes para me ensinar a bem viver e me tornastes como insensato! Ó loucura cheia de sabedoria, não viva eu jamais sem vós! Senho, tudo o meu olhar descobre na Cruz, convida-me a vos amar; os cravos, os espinhos, o sangue, as chagas, principalmente vosso Coração transpassado, tudo me convida a vos amar e não vos esquecer jamais.
Prática
Por amor do Sagrado Coração, perdôo desde já a todos os meus inimigos. Minha reconciliação com eles se fará quanto antes possível, procurarei até esquecer as ofensas que eles me fizeram. - Perdoai, e sereis perdoados, diz Jesus.
Afetos e Súplicas
Eu me compadeço, ó Mãe aflitíssima, da dor pungente que sentistes, quando vistes transpassar o doce Coração de vosso Filho já morto, e morto por esses ingratos que, depois de lhe terem tirado a vida, procuravam ainda atormenta-lo. Por este cruel tormento, cuja pena sentistes, ó Mãe das dores, eu vos suplico me obtenhais a graça de habitar no Coração de Jesus ferido e aberto para mim, nesse Coração que é o belo asilo, o retiro de amor, onde vão repousar todas as almas que tem verdadeiro amor a Deus, e onde Deus só, enquanto eu ai ficar, será o objeto de meus pensamentos e afetos. Virem Santíssima, vós podeis alcançar-me esta felicidade, de vós a espero.
Oração Jaculatória
Ó Coração de aberto para ser refúgio das almas, recebei-me.
terça-feira, 20 de junho de 2017
Meditação - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 20º dia
Meditação – Mês Sagrado Coração de Jesus – 20º dia
Vamos ao calvário, ali acharemos o Coração de Jesus morrendo por todos.
Aproxima-se a hora
da morte de Jesus. Contempla-o, alma cristã, seus olhos se obscurecem, sua bela
face empalidece, seu Coração bate mais lentamente, seu corpo sagrado
abandona-se a morte. Jesus vai pois dar o último suspiro. Vinde, anjos do céu,
vinde assistir a morte do vosso Deus. E vós, ó Maria, Mãe das dores,
aproximai-vos da Cruz, erguei os olhos para Vosso Filho, que vai expirar. Já
nosso Redentor permite que a morte venha feri-lo: “Vem, ó morte, diz-lhe, faze
teu ofício, corta-me o fio da vida e salva minhas ovelhas.” Nesse momento a
terra treme, os túmulos se abrem, o véu do templo rasga-se. Logo, abatido pela
violência das dores, o Salvador sente desfalecer suas forças; o calor natural o
desampara; sua respiração para; seu corpo se alue; ele solta de seu Coração
aflito um profundo suspiro; sua cabeça cai sobre o peito, abre a boca e expira!
Sai, ó bela alma de meu Salvador, sai e vai nos abrir o paraíso até agora
fechado para nós. As pessoas presentes, observando que ele não faz mais
movimento, dizem “Ele morreu! Ele está morto!”. Maria ouve estas palavras e diz
a seu turno: “Ah! Meu Filho está morto!” Ele morreu! Ai! Quem morreu? O autor
da vida, ó Filho único de Deus, o Senhor do universo. Ó morte, que assombra os
céus e pasma a natureza! Um Deus morrer por suas criaturas! Ai! Quem então o
conduziu a morte? É seu Coração, é seu amor. Ó caridade infinita! Um Deus que
se imola inteiramente, sacrifica suas delícias, sua honra, seu sangue, sua
vida, por quem? Pelas criaturas ingratas.
Ó minha alma, eleva
os olhos e contempla o Homem Deus crucificado; vê o divino Cordeiro imolado
sobre o altar da dor, é o Filho amadíssimo do Pai eterno, ele morreu por amor
de ti! Vê como ele tem os braços abertos para ti receber, a cabeça inclinada
para te dar o ósculo da paz, o lado aberto para te dar entrada no seu Coração! Que dizes? Mereces ser amado
um Deus tão bom e amante? Ouves que teu Senhor te diz do alto da Cruz? “Meu
filho, vê se no mundo inteiro alguém te dá provas de mais amor do que eu, que
sou teu Deus.”
Por esta morte Jesus
Cristo fez desaparecer tudo o que nossa morte tinha de horrível. Antes a morte
era um suplício infligido a rebeldes; mas pela graça e pelos merecimentos de
nosso Salvador, tornou-se sacrifício de tal maneira agradável a Deus, que,
unindo-a a morte de Jesus Cristo, nós nos tornamos dignos de ir gozar da glória
de Deus que ele também goza.
Assim, graças a
morte de Jesus Cristo, nossa morte cessou de ser motivo de dor e temor; o
Coração de Jesus converteu-a em meio de passarmos das misérias deste mundo para
as delícias inefáveis do céu.
Dai vem que os justos
olham a morte não com temor, mas com alegria. Santo Agostinho diz que aqueles
que amam a Jesus Crucificado, suportam a vida com paciência e recebem a morte
com prazer. E a experiência ordinária faz ver que as pessoas virtuosas, que tem
mais que sofrer durante a vida, por causa das perseguições, tentações,
escrúpulos ou outras coisas incômodas, são as que Jesus Crucificado consola
mais em seus últimos momentos.
Oh! Que duro era
morrer antes da morte de Jesus Cristo! Mas por esta morte tão salutar para nós,
o inferno foi vencido, a graça foi comunicada as almas, Deus se reconciliou com
os homens, e a celeste pátria foi aberta a todos que morrem na inocência ou
penitência.
Procuremos, pois,
almas cristãs, em quanto vivemos neste exílio, procuremos olhar a morte não
como desgraça, mas como fim de nossa peregrinação tão cheia de angústias e
perigos; olhemo-la como a porta da eterna felicidade que esperamos obter um dia
pelos merecimentos do Coração tão caridoso de Jesus.
Prática
Oferecer-me-ei a Deus protestando querer morrer no tempo e da
maneira que lhe agradar, e rogando-lhe pelos merecimentos infinitos do Coração
de Jesus, fazer que eu saia desta vida em estado de graça.
Afetos e Súplicas
Ó meu Jesus,
recordai-vos que prometestes atrair a vós todos os corações quando fosseis
elevado na cruz. Eis aqui meu coração; entercido a vista de vossa morte, ele
não quer mais vos resistir; dignai-vos atrai-lo completamente a vosso amor. Por
mim morrestes, meu Jesus, e por isso só para vós quero viver. Ó dores de Jesus,
ó ignominias de Jesus, ó morte de Jesus, ó amor de Jesus, fixai-vos no meu
coração; vossa lembrança esteja sempre nele presente para me estimular e
inflamar continuamente no amor a Jesus. Ó Pai eterno, pelos merecimentos de
Jesus, vosso divino Filho, morto por amor de mim, usai de misericórdia comigo.
Minha alma, não percas a confiança por causa dos pecados que cometeste. Deus
mesmo é que enviou seu Filho a terra para te salvar; e este Filho de Deus se
ofereceu voluntariamente em sacrifício para expiar tuas faltas. Ah! Meu Jesus
visto que para me perdoar não poupastes a vós mesmo, inclinai para mim vossos
olhos hoje tão afetuosamente como no dia em que agonizastes por mim na cruz; e
perdoai-me especialmente a ingratidão de que me tornei culpado para convosco no
passado, pensando tão pouco em vossa Paixão e no amor de que então me destes
prova. Eu vos agradeço me terdes mostrado, através de vossas chagas e membros
lacerados, os ternos afetos de vosso Coração para comigo. Desgraçado de mim,
se, depois de tal favor, cessasse de vos amar, ou se amasse outro objeto mais
do que a vós. Permiti que eu vos diga com vosso fervoroso servo S. Francisco de
Assis: Morra eu por amor de vosso amor, ó meu Jesus, que vos dignastes morrer por amor de meu amor! Ó Coração de meu Redentor, feliz morada das almas amantes, não vos digneis de receber também minha pobre alma? Ó Maria, Mãe das dores, recomendai-me a vosso Divino Filho, cujo coração consumiu de amor para comigo. Contemplai essas carnes em pedaços, vede seu precioso sangue derramado por mim, e conclui quanto lhe é agradável que lhe recomendeis minha salvação. Minha salvação é amá-lo; obtende-me então o amor a Jesus Cristo mas um amor ardente e eterno.
Oração Jaculatória
Ó meu Amor Crucificado, desde já vos recomendo minha última hora.
segunda-feira, 19 de junho de 2017
Meditação - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 19º dia
Meditações – Mês do Sagrado Coração de Jesus – 19º dia
Vamos ao Calvário; ali acharemos o Coração de Jesus abandonado de todos
São Lourenço
Justiniano diz que a morte de Jesus Cristo foi mais amarga e dolorosa que era
possível; porque Nosso Senhor morreu na Cruz sem receber o menor alívio. Nos
outros pacientes, a pena é sempre mitigada, ao menos por algum pensamento
consolador; mas ao Coração de Jesus moribundo, não vejo senão dor pura,
tristeza pura, sem alívio algum. O que principalmente angustia este Coração tão
amante, e o abandono em que se acha; disto se queixa Jesus pela boca do
Salmista: Busquei alguém que me consolaste e não encontrei. Que digo? No
momento mesmo em que ele ia expirar, os Judeus e os Romanos lançavam contra ele
maldições e blasfêmias. É verdade que Maria se conservava ao pé da Cruz, a fim
de lhe procurar algum alívio, se pudesse mas esta terna Mãe, por sua aflição,
contribuía antes para aumentar a pena de seu Filho do que para diminui-la. São
Bernardo diz que as dores de Maria não fizeram senão afligir mais o Coração de
Jesus. Por quanto, Nosso Salvador, vendo a Maria entregue a tão profunda dor,
sentia ainda mais vivamente a pena de sua Mãe que seus próprios padecimentos;
de sorte que se pode dizer que Jesus sofreu mais no seu Coração do que no seu
corpo. Ah! Quem poderia toda a amargura que encheu os Corações tão ternos de
Jesus e Maria, principalmente no momento em que o Filho, antes de expirar,
despediu-se de sua Mãe! Eis aqui as últimas palavras que Jesus dirigiu neste
mundo a Maria: Mulher, eis aqui vosso Filho. Por esta palavra “filho”, ele
designava São João e nele todos os fiéis.
Jesus não achando
ninguém na terra que o consolasse, elevou seus olhos e seu Coração para seu
Pai, a fim de lhe pedir consolação; mas o Pai Eterno, vendo seu divino Filho
sob a forma de pecador, disse-lhe: “Não, meu Filho, não posso te consolar, pois
que satisfazes agora a minha justiça por todos os pecados dos homens; justo é
que eu te abandone a todos os padecimentos, e te deixe morrer sem alivio.” Então foi que Nosso Salvador proferiu estas
palavras: “Meu Deus, meu Deus, porque me haveis abandonado?” Ó cruel abandono
para o Coração de Jesus!
Paremos aqui um
instante para sondarmos a terrível desgraça de uma alma eternamente abandonada
de Deus no inferno, em meio de tantos réprobos. Lá, ela se vê afundada num
abismo de fogo, vítima de agonia perpétua, porque esse fogo vingador lhe faz
experimentar todos os gêneros de dores. Lá, ela está sob as mãos dos demônios,
que, cheios de insaciável furor, só buscam atormenta-la. Lá, mais que pelo fogo
e todos os outros tormentos, ela é afligida pelos remorsos de sua consciência,
pela lembrança dos pecados cometidos, funesta causa de sua condenação. Lá, ela
se vê para sempre privada de todo meio de sair desse horroroso abismo. Lá, ela
se vê banida para sempre da sociedade dos santos e da pátria celeste, para a
qual tinha sido criada. Mas, o que mais a aflige, o que constitui seu
verdadeiro inferno, é ver-se abandonada de Deus, reduzida a não poder mais
amá-Lo, e não poder mais pensar Nele senão com ódio e raiva de desprezo.
Tal é a desgraça
de que o Coração de Jesus nos quis preservar, aceitando tão cruel abandono na
Cruz.
Prática
Não deixarei passar
dia algum sem recomendar os agonizantes ao Coração agonizante de Jesus.
Misericordiosissimo
Jesus, que ardeis em tão abrasado amor das almas, eu vos peço, pela agonia de
vosso Santíssimo Coração e pelas dores de vossa Mãe Imaculada, purificai no
vosso sangue todos os pecadores da terra que estão agora em agonia e hoje mesmo
devem morrer. Assim seja.
Coração agonizante
de Jesus, tende misericórdia dos moribundos. (100 dias de indulgência cada vez.
2 Fev 1850)
Afetos e Súplicas
Coração de meu
amadíssimo Jesus, é sem razão que vos queixais quando dizes: Deus meu, porque
me haveis abandonado? Perguntais por que? Mas por que vos encarregastes de
pagar por nós? Não sabeis que merecíamos por nossos pecados, ser abandonados de
Deus? Com razão, pois, vosso Pai eterno os abandona e vos deixa morrer num mar
de dores e amarguras. Ó meu Salvador, vosso desamparo me aflige e me consola:
aflige-me porque vos vejo morrer meio a
tantos padecimentos; consola-me porque me faz esperar que, por vossos
merecimentos não ficarei abandonado da divina misericórdia, como merecia por
vos ter abandonado tantas vezes, para seguir meus caprichos. Ah! Se vos foi tão
penoso serdes privado por alguns momentos da presença sensível da divindade,
fazei-me compreender qual seria meu suplício, se houvesse de ficar privado de
Deus para sempre. Eu vos conjuro por esse cruel abandono que sofrestes por mim
ó meu Jesus, não me abandoneis, principalmente a hora da morte! Quando todos me
tiverem abandonado, ah! Não me abandoneis, vós, meu Salvador; meu Senhor
angustiado, sede minha consolação a minha agonia. Bem sei que, se vos amasse
sem cosolação, agradaria mais vosso
coração; mas conheceis minha fraqueza; fortificai-me por vossa graça,
concedei-me no último momento a paciência e perseverança. Maria, minha Mãe,
socorrei-me no momento supremo. Desde já vos entrego meu espírito. Falai por
mim ao Coração de vosso Filho; dizei-lhe que tenha piedade de mim na hora da
minha morte.
Oração Jaculatória
Ó Coração de Jesus
tão penetrado de dor na Cruz pelos pecados do mundo, dai-me verdadeira dor de
meus pecados.
domingo, 18 de junho de 2017
Meditação - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 18º dia
Meditação - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 18º dia
Vamos a Jerusalém, ali acharemos o Coração de Jesus aceitando a Cruz
Jesus não esperou que a Cruz lhe fosse imposta pelos algozes; estendendo as mãos, ele a tomou com pressa, e a pôs sobre os ombros cobertos de chagas. "Vem, diz ele então, vem querida Cruz, há trinta e três anos que suspiro por ti e te busco; eu te abraço, eu te aperto contra meu Coração, pois tu és o altar do qual resolvi sacrificar minha vida por minhas ovelhas".
Fizeram sair os condenados, e, no meio deles, vê-se também caminhar para a morte o Rei do céu, o Filho único de Deus, carregado de sua Cruz. Eis ai o Messias, que há alguns dias, foi proclamado o Salvador do mundo e recebido com tantos aplausos e bençãos pelo povo! Chamava-se então na sua passagem: Hosana ao Filho de Davi! Bendito aquele que vem em nome do Senhor! E agora, ei-lo que se vai, amarrado, escarnecido e amaldiçoado de todos, com uma cruz nos ombros, morrer como um criminosos. Ó excesso de amor divino! Um Deus que vai ao último suplício para salvar os homens! E haveria um homem que não amasse este Deus?
Imagina, minha alma, que vês Jesus passar pela rua da amargura. Como um cordeiro que se leva ao matadouro, assim teu amável Redentor se deixa conduzir para a morte. Já ele perdeu tanto sangue e está tão enfraquecido pelos tormentos, que dificilmente pode ficar em pé. Contempla-o coberto todo de chagas, com coroa de espinhos na cabeça, pesado madeiro sobre os ombros, e precedido por um algoz que o puxa por uma corda. Vê como ele caminha, o corpo pendido, as pernas trêmulas, escorrendo sangue, e andando com tanta dificuldade, que parece espirar a cada passo. - Aonde ides, ó meu Jesus? - Alma querida, eu vou morrer por ti; não me impeças; não te peço e recomendo senão uma coisa: quando me vires morto na cruz por ti, lembra-te do amor que te consagro, e não te esqueças de me dar o teu. - Ó amor, ó doçura, ó paciência do Coração de Jesus.
Jesus, caminhando com sua Cruz, convida-nos a segui-lo: Se alguém quer vir após mim, tome a sua cruz e siga-me. Persuadamo-nos aqui do que diz Santo Agostinho; a saber, que toda a vida de um cristão deve ser uma cruz contínua. Esta cruz, são nossas penas de cada dia. Deus no-las envia como remédio e esperança.
Se nos lembramos de ter ofendido a Deus, devemos nos alegrar de ver que ele nos faz padecer neste mundo. O pecado é um abscesso na alma: se a tribulação não vem para vazar o pus, a alma está perdida. Desgraçado daquele que depois de ter pecado, não é punido nesta vida! É certo que Deus não nos envia a Cruz para nos perder, mas para nos salvar, se não sabemos aproveitar-nos dela, nossa é a culpa. O Senhor se queixava a Ezequiel de que os Israelitas se haviam tornado ferro e chumbo na fornalha. Deus procura purifica-los e converte-los em ouro pelo fogo da tribulação. Ai! Eles tinham se tornado chumbo. Tais são os pecadores que se impacientam quando são afligidos. A maior desgraça que pode acontecer a um pecador, é não ser castigado na terra; Deus nunca está mais irritado do que quando o deixa em paz, é o médico que abandona o enfermo, porque perdeu esperança de cura-lo. Assim, pois, quando o Senhor nos visita pelas enfermidades, revezes ou perseguições, humilhemo-nos, dizendo com o bom ladrão: Digna factis reci pimus. Senhor, eu bem mereço esta cruz, orque vos ofendi. Julguemo-nos então felizes de sermos castigados nesta vida, para escaparmos as penas da outra.
Além disto, a esperança do paraíso nos faça amar a Cruz. Para ganhar o céu, toda a pena é pouca, dizia S. José Calazans. Feliz, exclama São Tiago, aquele que sofre com paciência, porque depois de ter sido provado, receberá a coroa eterna. O pensamento do céu encheu sobre-humana coragem o jovem Santo Agapito, martirizado na idade de quinze anos; enquanto lhe amontoavam sobre a cabeça carvões acesos, ele dizia ao juiz: Bem pouca coisa é que minha cabeça seja queimada neste mundo, pois há de ser coroada de glória no céu. A tribulações que se sofrem na vida presente são grande sinal de predestinação; porque todos os predestinados devem ser semelhantes a Jesus Cristo; ora Jesus Cristo não levou sua Cruz, e não nos convida a levarmos a nossa, se queremos ser do número de seus discípulos? Se alguém quer vir após a mim, diz ele, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.
Prática
Irei muitas vezes fazer a Via Sacra; o Coração de Jesus me ensinará a maneira de santificar as penas da vida.
Afetos e Súplicas
Ah! Meu Divino Redentor, já que inocente como sois, quisestes ir adiante com vossa Cruz e me convidais a vos seguir com a minha, ide, meu bom Mestre, eu não quero separar-me de vós. Se até aqui recusei vos seguir, confesso que fiz mal; dai-me agora a cruz que quiserdes, eu a abraço, e com ela quero vos acompanhar até a morte; pois que! Vós amastes tanto os padecimentos e humilhações para bem da minha salvação; e eu, não os amarei na intenção de vos agradar? Ah! Se vós mechamais para vos seguir, certamente quero vos seguir para ir convosco a morte; mas dai-me a força que é necessária; por vossos merecimentos vo-la peço e espero alcança-la. Eu vos amo, ó meu amável Jesus; de toda a minha alma vos amo, e não quero mais vos abandonar. Muito tempo andei longe de vós; prendei-me agora ao vosso Coração. Arrependo-me de ter assim desprezado vosso amor; ao presente eu o aprecio mais que todos os bens. Pai eterno, pela Cruz que vosso divino Filho levou ao Calvário, dai-me o amor dos padecimentos a viva dor de meus pecados. E vós, terníssimo e afetuosissímo Coração de meu Jesus, tende compaixão de mim, detesto profundamente os desgostos que vos causei, e tomo a resolução de não amar daqui em diante senão a vós.
Oração Jaculatória
Ó Soberano Bem, fazei que eu morra completamente a mim mesmo e viva somente para vós.
sábado, 17 de junho de 2017
Meditação - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 17º dia
Meditação - Mês do Sagrado Coração de Jesus - 17º dia
Vamos a Jerusalém, ali acharemos o Coração de Jesus aceitando as cadeias.
Céus! Que vejo? Um Deus amarrado! E por quem? Pelos homens, pelos vermes da terra que ele mesmo criou!Anjos do paraíso, que dizeis a isto? E vós, meu Jesus, porque vos deixais amarrar? Que tem que ver convosco, pergunta São Bernardo, os ferros dos escravos e criminosos, sendo vós o Santo dos santos, o Rei dos reis, o Senhor dos senhores? AH! Se os homens vos amarram com cordas, porque as não desfazeis? Porque não vos livrais dos tormentos e da morte que vos preparam? Que tenhais sido envolvido e atado nas faixas da infância por vossa Mãe, quando ereis recém-nascido, passe, que vos tenhais como que ligado e aprisionado por vosso amor no Sacramento do Altar, sob as santas espécies, passe ainda; mas que sejais amarrado como um malfeitor pelos Judeus ingratos, para serdes arrastado a Jerusalém, de rua em rua, de tribunal em tribunal, para serdes enfim amarrado no pretorio a coluna e ali padecer a mais horrível das flagelações, ó Jesus o mais terno dos filhos dos homens, não o sofrais. - Mas vós não me escutais: quereis ser encadeado. Ah! Eu compreendo, não são as cordas, é o amor só, é vosso Coração muito amante que vos tem cativo, que vos força a sofrer e morrer por nós. Ó amor divino, exclama S. Lourenço Justiniano, vós só pudestes encadear assim um Deus e conduzi-lo a morte por amor dos homens.
Jesus se submeteu voluntariamente a ignominia de ser amarrado como um malfeitor e insensato, a fim de nos merecer a graça de sacudirmos as cadeias que nos escravizam ao pecado, e que se chamam más ocasiões. Estas cadeias são fortes e difíceis de quebrar; só consegue desfaze-las quem as rompe de golpe. Inútil é dizer que até o presente nada se passou de inconveniente, porque cumpre saber que o demônio não nos impele logo nos últimos excessos, ele vai levando pouco a pouco as almas imprudentes até a beira do precipício, depois o menor choque basta para faze-las cair. É máxima comum entre os mestres da vida espiritual que, em matéria de impureza principalmente não há outro remédio que fugir da ocasião, meio único de nos livrarmos dos apegos terrenos. Dir-se-há talvez: Se despeço tal pessoa, se quebro estas relações familiares, será um escândalo, darei muito o que falar. - Respondo: Mais escândalo haverá se não separeis esta ocasião, estai certo que, se não falam diante de vós, falam na vossa ausência.
Mas, dir-se-há ainda: despedir tal pessoa é uma incivilidade, uma ingratidão até, porque ela me presta auxílios. - Sim, mas em que? Em vos separar de Deus, em levardes uma vida desgraçada neste mundo, e em vos preparar uma ainda mais desgraçada no outro. - É uma incivilidade, uma ingratidão!
Nós devemos praticar a civilidade e gratidão antes de tudo para com Jesus Cristo, cujo afetuoso Coração nos cumulou de tantos benefícios.
Mas replicar-se-há, eu lhe dei minha palavra de não deixa-la. - E não destes antes vossa palavra a Jesus Cristo? Não vedes que a paixão é que vos faz falar assim? Ah Cessai de afligir o Coração do divino Esposo; porque Jesus sente-se ferido no Coração, vendo uma alma se apegar loucamente aquilo que pode perde-la. É o que ele fez ver um dia a santa Ludgarda: ela era então desgraçadamente encadeada por uma frívola amizade, e Jesus lhe apareceu, mostrando-lhe seu Coração profundamente ferido. A esta vista ela entrou em si, rompeu com a ocasião, chorou sua falta, e por atos de virtudes atingiu a perfeição.
Se estais presta nestas cadeias de morte, alma cristã, escutai o que vos diz o Divino Coração de Jesus: Rompe teus laços (Is. 52,2) pobre alma; quebra estas cadeias que podem te arrastar ao suplício eterno, e vem a mim; deixa prender teu coração ao meu por minhas cadeias, que são de ouro, de amor, de paz, cadeias de salvação.
Como as almas se apegam ao Coração de Jesus? Pelo amor, que é o laço da perfeição. Em quant uma alma não se liga a Deus senão pelo temor dos castigos, corre sempre grande perigo; mas quando se une a Deus pelo amor, está segura de não o perder mais, uma vez que ela não cesse de o amar.
Prática
Se estou enredado em alguma criminosa ou perigosa relação, quero renuncia-la desde hoje. Há tantos que estão no inferno por terem dito: Amanhã! Amanhã!
Afetos e Súplicas
Ó Cordeiro cheio de mansidão, posso temer ainda que me firas? Vejo vossas mãos atadas; vós vos privais de algum modo do poder de levantar o braço sobre minha cabeça culpada. Deste modo me dais a entender que não tendes a intenção de me castigar, com tanto que eu queira sacudir o jugo de minhas paixões para me unir a vós. Sim, meu Jesus, quero livrar-me delas; arrependo-me de toda a minha alma de ter-me separado de vós, abusado da liberdade que me destes. Vós me ofereceis outra liberdade, mais perfeita, que me livrará das cadeias do demônio, e por-me-há em o número dos filhos de Deus. Vós vos deixastes ligar por meu amor: quero ser ligado por vosso amor. Ó felizes cadeias, belos laços de salvação, que prendeis as almas ao Coração de Jesus; apoderai-vos também de meu pobre coração; apertai-o tão fortemente que ele não posso mai separar-se deste Coração tão amante. Meu Jesus, eu vos amo, a vós me uno, e vos dou todo o meu coração, toda a minha vontade. Resolvido estou, amadíssimo Senhor meu, a não vos deixar mais. Ah! Meu terno Salvador, vós, para pagar minhas dívidas, quisestes ser amarrado como um criminoso pelos algozes, e arrastado neste estado pelas ruas de Jerusalém, para serdes em seguida conduzido a morte, como um inocente cordeiro que levam ao matadouro; vós quisestes ser cravado na cruz e a não deixastes senão depois de terdes deixado a vida; oh! Não permitais que eu tenha de novo a desgraça de me separar de vós, e de me ver privado de vossa graça e vosso amor. Ó Maria, prendei-me ainda que pecador, prendei-me ao Coração de vosso Filho Jesus, a fi de que não me separe mais dele, unido a ele viva e morra, para ter a felicidade de entrar um dia na pátria da bem-aventurança, onde não terei mais que temer separar-me de seu santo amor.
Oração Jaculatória
Ó meu Jesus, ligai-me, prendei-me estreitamente a vosso Coração.
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